A coroa que eu demorei anos pra enxergar

 Por muito tempo, eu achei que minha segurança e autoestima vinham de fora — de emagrecer, ganhar mais dinheiro, ser mais aceita. Acreditava que a felicidade só chegaria depois de conquistar certas coisas. Mas, mesmo alcançando algumas metas, algo dentro de mim ainda doía. Um vazio que parecia impossível de preencher.

Durante anos, a balança foi minha prisão disfarçada de presente. A primeira coisa que eu fazia ao acordar era me pesar, e meu humor, meu valor, dependiam daquele número. Se ele subia, eu me sentia um fracasso. E o pior: essa balança veio de uma amiga, como um presente. Mas foi o início de um ciclo de comparação, controle e culpa. O ritual de pesar virou sentença diária. Eu achava que era disciplina, mas era autoviolência.

Mesmo quando o número “ideal” aparecia, por dentro eu não mudava. Minhas relações eram rasas, minha vida parecia sem sentido. Um buraco no peito tentava ser preenchido com mais metas, mais controle — e eu só rodava em círculos, buscando segurança onde ela nunca esteve.

A chave estava dentro o tempo todo. Parei pra me ouvir de verdade e entendi que não precisava me tornar outra pessoa para ser amada. A verdadeira eu já estava lá, só precisava deixar essa versão aparecer — a rainha que sempre existiu dentro de mim, esperando para ser coroada.

E é aí que entra algo muito maior: Deus já me viu inteira, antes da balança, antes da comparação, antes das máscaras. Ele me criou com intenção, me fez única, não para me encaixar em padrões, mas para viver a minha verdade. Minha individualidade não é erro, é projeto divino. Ele já disse: “Você é minha filha, e eu te amei antes que você existisse.”

Hoje sei que a segurança que tanto busquei não está no corpo ideal, no dinheiro ou na aceitação alheia. Ela começa quando eu me encontro comigo mesma, com amor, verdade e respeito. Quando eu me escolho e digo: “Eu sou suficiente, eu sou digna, eu me honro.”

Se ninguém te coroou ainda, faça isso você. Porque Deus já te viu como rainha muito antes de você tentar ser outra coisa.